sábado, 6 de dezembro de 2008

A Flacidez das Horas



A pele agora logo resseca e rompe,
Mas ainda acorda como um pêssego
Maduro.
Tenho um pé no futuro e outro no passado.
O rosto ainda cheio de viço
Ao mesmo tempo anuncia
O inevitável no espelho.
Prenuncio dias mais largos
À medida que o tempo passa.
Me deleito com o esvaziamento das horas,
Que ainda se alastram tesas
E enquanto espero como e durmo.
Bebo o ar mais líquido e leio as folhas densas
Que durante anos me aguardaram na estante.
Tenho um universo de lugares
Me esperando.
Um arsenal de livros e discos.
Uma infinidade de páginas
Que insistem em serem escritas.
Meu horizonte pende pra frente.
Ao mesmo tempo a cada novo passo
Um novo caminho se abre pra trás,
Pela via da memória física que me invade.
Quanto mais sigo adiante,
Mais a estrada atrás de mim cresce.
Sou maior quando envelheço.
Viviane Mosé
Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

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