terça-feira, 12 de agosto de 2008

Estrela Perigosa


Rosto ao vento.
Marulho e silêncio
leve porcelana
templo submerso
trigo e vinho
tristeza de coisa vivida
árvores já floresceram
o sal trazido pelo vento
conhecimento por encantação
esqueleto de idéias
ora pro nobis.
Decompor a luz
mistério de estrelas
paixão pela exatidão
caça aos vagalumes.
Vagalume é como orvalho.
Diálogos que disfarçam conflitos por explodir.
Ela pode ser venenosa como às vezes o cogumelo é.
No obscuro erotismo de vida cheia
nodosas raízes.
Missa negra,
feiticeiros.
Na proximidade de fontes,
lagos e cachoeiras
braços e pernas e olhos,
todos mortos se misturam e clamam por vida.
Sinto a falta dele
como se me faltasse um dente na frente:
excruciante.
Que medo alegre, o de te esperar.

Clarice Lispector


lui coimbra-astrologia.mp3 -

Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

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